E se a minha vida fosse um blues? Como seria essa canção?
Olhei para meu violão... Coitado do meu violão, já há dias que o mesmo não recebe o afago preciso de meus dedos, há dias que não sinto seu pulsar intenso sobre meu colo, tal qual um animal que brada sons hora doces como a luz da lua, hora pesados e densos como uma garrafa de um bom vinho.
Se meu violão fosse uma dama, tal qual dizia o grande mestre Vinícius, já teria esmiuçado minha vida, perguntando porque prefiro mais um instrumento que não produz som nenhum além de tlecs e mais tlecs, pois nesses últimos dias esse instrumento se tornou uma rotina quase diária.
Se meu violão fosse uma dama eu estaria enlouquecido, pois tal qual uma dama ele jogaria todo seu charme e candura em cima de meus pensamentos, trazendo um louco desatino e do alto de seu salto, com a cara deliciosamente lambusada de toda sorte de maquiagens, cremes e perfumes faria aquela pergunta que nos deixa sem norte: "Ou ele ou eu"!
Se meu violão fosse uma dama, entenderia todos os meus pontos fortes e fracos, e traria a inspiração para compor o meu blues, um blues de tamanha grandeza que me faria sentir como se eu fosse o único, um ser magnânimo dotado de toda a força do universo, pois esse talvez seja o segredo que nos faz amá-las sem nunca odiá-las!
Se minha vida fosse um blues, e meu violão fosse uma dama eu não desejaria ser nada, talvez uma mera corda, para me entrelaçar no corpo de minha amada e junto com ela produzir a nota musical mais perfeita, a sinfonia mais doce e a melodia mais pura, para assim poder cerrar os olhos sorrindo para o céu e dizer: "Eu tive um amor"!
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